- Presidente Dilma Rousseff e Aldo Rebelo, Ministro do Esporte, comparecem à reinauguração do Mineirão
Futebol e política se misturaram na solenidade de reinauguração do Mineirão, na tarde desta sexta-feira, na capital mineira, quando a presidenta Dilma Roussef dividiu espaço com o senador Aécio Neves, um dos nomes cotados para se candidatar à Presidência, pelo PSDB, em 2014, mesmo ano da Copa do Mundo. O governador mineiro Antônio Augusto Anastasia fez questão de dar um tom político ao seu pronunciamento, destacando os avanços nos setores econômico e social. Dilma, inicialmente garantiu um momento esportivo, quando iniciou sua fala reproduzindo o grito de guerra, que ela ouvira várias vezes antes: "Ô o Mineirão voltou, o Mineirão voltou". Mas ela também não se furtou a falar de política, enfatizando o investimento federal.
Aécio Neves não falou, mas foi aplaudido em vários momentos pelos convidados do evento e teve seu papel na modernização do Mineirão destacada pelo governador Antônio Augusto Anastasia, outro tucano presente à festa. "Faço homenagem especial a quem iniciou essa obra, a quem iniciou essa nova Minas, faço saudação ao senador Aécio Neves, a quem destaco a coragem de ter iniciado essa obra", ressaltou o governador.
O governador iniciou seu discurso fazendo referência a um aspecto que ele considera relevante. "A obra está sendo entregue no prazo contratual e nos valores previstos na licitação", destacou Antônio Anastasia, que revelou um pacto por ele firmado com os empresários responsáveis pelo Consórcio Minas Arena, há dois anos e seis meses, para que a obra fosse concluída no prazo e sem "aditamento" do contrato.
Já Dilma Roussef, em 16 minutos de discurso, não citou Aécio Neves nenhuma vez, concentrando os elogios à agilidade e eficiência mineira ao governador Anastasia. "Quando assumimos a responsabilidade de sediar evento da magnitude da Copa do Mundo sabíamos que o trabalho seria duro, que tinha muito a ser feito, que precisaria de ação conjunta trabalhadores e empresários, ação conjunta dos governos federal, estadual, municipal e da sociedade. Saúdo e cumprimento governador Anastasia, pela realização da obra com rapidez e eficiência!", disse.
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Ela lembrou o fato de ter conhecido o futebol no antigo Mineirão, destacando ídolos que aí jogaram: "Tostão, Piazza, Reinaldo, Dirceu Lopes, Dario, o Dadá Maravilha e nosso querido Ronaldo Fenômeno, é bom sempre lembrar, que saiu de Minas e se apresentou ao mundo".
"Ao ver o Mineirão da minha juventude, estava calculando junto com o Aldo (Rebelo) há quantos anos atrás, sentei pela primeira vez numa cadeira aqui, e o tempo é muito longo foi há 50 anos, acredito, o Mineirão da minha juventude, transformado nesse belo e moderno estádio, vejo a extraordinária capacidade de realização dos mineiros e brasileiros, a seis meses da Copa das Confederações e a 18 meses da Copa do Mundo, inaugurando o segundo estádio para a Copa do Mundo", destacou a presidenta, encerrando a fala parabenizando o prefeito e o governador, "esquecendo"-se mais uma vez de Aécio.
A presidenta de questão de citar as linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDE), que liberou recursos na ordem de R$ 400 milhões, investidos nas obras do Mineirão. Dilma fez referência a obras urbanas em Belo Horizonte, que tem a participação do governo federal, em parceria com estado e município, e que a mandatária considera como legado para a população tanto da capital quanto de Minas.
"Além do Mineirão, em parceria com a Prefeitura e o Estado, o governo federal participa da obras do metrô, participa diretamente das obras do aeroporto de Confins e teremos até o final de 2013 o aeroporto de Confins reformado e ampliado, e a partir de setembro o aeroporto será concedido para ser operado para receber investimento em mais médio e longo prazo. No próximo ano nós inauguraremos muitas obras aqui, em parceria com o governo do estado e Prefeitura. Nós teremos obras que irão melhorar condição de transporte e deslocamento na cidade, chamamos de obra legado, a segunda etapa do Boulevard Arrudas, os BRT, da Antonio Carlos e Cristiano Machado, a Via 210, a Via 710, sei que o trânsito de Belo Horizonte sofre hoje com tantas obras, mas tenho certeza que em breve a prefeitura vai mostrar o benefício da obras para a cidade", disse a presidenta.
Antes do pronunciamento, a presidenta Dilma Roussef, que chegou pouco depois das 16h ao Mineirão, assinou a bola oficial da Copa das Confederações, que ficará no futuro Museu do estádio e descerrou placa comemorativa à inauguração, ao lado do governador mineiro. Apesar de torcedora do "querido Atlético", ela recebeu um boné do Cruzeiro, presente de uma torcida organizada do clube que já assinou contrato de exclusividade com a Minas Arena, para mandar seus jogos no novo estádio pelos próximos 25 anos.
Na área vip, Dilma estava acompanhada do governador de Minas, Antônio Augusto Anastasia, o anfitrião da tarde, pelo prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, o titular da Secopa-MG, Tiago Lacerda, os senadores Aécio Neves e Zezé Perrella, e os ministros Aldo Rebelo, do Esporte, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Pouco depois do contato com as autoridades, Dilma deixou a área vip, quando teve contato com Evaldo Augusto de Souza, representante das pessoas que trabalharam na obra, e também com ídolos do futebol mineiro, como os ex-jogadores Reinaldo, Dario, o Dadá Maravilha e Dirceu Lopes. Ela posou para fotos e conversou animadamente.
A presidenta entrou no gramado do Mineirão, às 16h33, acompanhada do governador Antônio Anastasia. O coral do projeto Valores de Minas, mantido pelo governo mineiro, cantaram o hino nacional. Em seguida, houve a apresentação de um vídeo gravado pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter.
"Estamos felizes de ver mais uma Arena da Copa do Mundo pronta para a competição. Lamentavelmente, não posso estar presente para a inauguração, mas estarei durante a Copa do Mundo. Parabenizo a presidenta Dilma Roussef por esta obra", afirmou o dirigente da Fifa.
Para o prefeito Márcio Lacerda, a entrega da modernização do Mineirão é tão ou mais importante que a sua própria inauguração, em 5 de setembro de 1965. "Em meados dos anos 60, o Gigante da Pampulha inovou nas técnicas de engenharia e foi considerado um dos mais modernos do mundo. Quarenta e sete anos depois, o novo Mineirão, moderno, seguro, confortável, ganha novamente ares de um dos mais modernos do mundo", afirmou.
Já o ministro Aldo Rebelo ressaltou o bom papel cumprido por Minas. "Creio que Minas, dá uma demonstração, da força, da disciplina e da vocação da grandeza ao entregar este estádio a Minas, ao Brasil e ao Mundo para a Copa das Confederações e Copa do Mundo de 2014, não surpreende que Minas faça um Mineirão renovado, a promessa também de renovação do futebol brasileiro, fortalecimento dos nossos clubes", disse.
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