Alunos de mestrado e doutorado pedem reajuste de 30% na ajuda mensal; enquanto isso, MEC procura pesquisadores estrangeiros
Cientistas brasileiros pedem uma valorização permanente das bolsas de estudoDevlin Allen / Folha Press
Marcelo Freitas, do Metro Brasílianoticias@band.com.br
Os estudantes de mestrado e doutorado fazem um apelo ao governo pela valorização das bolsas de estudo e temem que a situação atual provoque um desestímulo ao desenvolvimento de pesquisas no país ou até sua paralisação.
A insatisfação foi manifestada em carta encaminhada no domingo ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Os bolsistas cobram o cumprimento de um acordo fechado em maio do ano passado, que reajustaria em 40% o valor mensal pago aos cientistas brasileiros.
O pagamento da primeira parcela, de 10%, foi feito em junho de 2012. A segunda parcela, prevista para janeiro, até agora não foi depositada e os estudantes querem uma definição de um calendário de aumento.
O MEC (Ministério da Educação) e o MCTi (Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação) aguardam a definição do Orçamento de 2013 para voltarem a negociar o reajuste.
Atualmente, os valores das bolsas concedidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) são: R$ 1.350, para mestrado; e R$ 2 mil, para doutorado.
“Há uma defasagem. O bolsista é obrigado a ter dedicação exclusiva à pesquisa, sem direitos trabalhistas, 13º salário ou férias”, reclama Luana Bonone, presidente da ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).
Segundo o IBGE, a média salarial dos brasileiros que fizeram curso de graduação é de R$ 3,3 mil. Na carta, os estudantes pedem que os atrasos nos pagamentos, registrados no segundo semestre do ano passado, não voltem a ocorrer.
Ciência Sem Fronteiras
Afim de estimular a pesquisa no país, o MEC tem procurado trazer cientistas do exterior. Somente este ano já foram convidados 597 pesquisadores de áreas como engenharias, biologia e da saúde.
Estima-se que a contratação dos profissionais custará em torno de R$ 155 milhões. Procurado, o MEC não confirmou os valores. As bolsas mensais são de R$ 7 mil ou R$ 14 mil, além de um apoio financeiro que varia de acordo com a pesquisa a ser desenvolvida.
Os editais fazem parte do Ciência Sem Fronteiras. Criado em julho de 2011, o programa prevê a concessão de 101 mil bolsas de graduação e pós-graduação no exterior até o fim de 2014.
Nos últimos dois anos, foram assinados convênios com universidades de 39 países. A maioria dos brasileiros estuda nos Estados Unidos, na França, na Espanha, no Canadá e no Reino Unido.
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