COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SANTA MARIA
Investigações da Polícia Civil apontam que um artefato havia sido instalado na luva de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista do Gurizada Fandangueira, e foi acionado à distância, pelo produtor Luciano Augusto Bonilha Leão. Outros dois artefatos também foram acendidos no chão, segundo testemunhas.
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As investigações apontam que o incêndio foi provocado por faíscas desse artefato, que atingiram o material inflamável que revestia o teto. "O vocalista não jogou nada, ele estava pulando e o 'sinalizador' encostou no teto", diz Michelly Fant, 30, que estava na festa.
Os donos da boate Kiss e dois integrantes da banda que se apresentava no momento do incêndio na casa noturna, na madrugada de anteontem, em Santa Maria, foram presos temporariamente ontem.
Ao pedir as prisões, a polícia afirmou ter indícios de "homicídio por dolo eventual", porque os quatro haviam "assumido o risco da morte" dos frequentadores da boate.
A Justiça determinou a prisão temporária por cinco dias, com possibilidade de prorrogação por mais cinco.
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Ao pedir a prisão dos donos da boate, Mauro Hoffmann, 48, e Elissandro Callegaro Spohr, 28, a polícia argumentou que ambos mantiveram o local aberto com alvará vencido e sem saída de emergência.
Para a polícia, a prisão temporária deles era necessária para que os suspeitos não atrapalhassem a investigação.
Como o equipamento do circuito interno de monitoramento não foi encontrado, a polícia investiga se ele estava desativado ou se alguém o retirou para destruir provas.
Spohr, que também ficou ferido, foi preso no hospital em que está internado, em Cruz Alta, onde está sendo vigiado pela polícia.
Já Hoffmann se apresentou à tarde na delegacia. Depois de ser interrogado, foi encaminhado ao presídio de Santa Maria, assim como os dois integrantes da banda. Eles --o vocalista e um produtor-- foram presos em Mata (RS), no velório do sanfoneiro, Danilo Jaques, o único do grupo a morrer no incêndio.
Na noite de ontem, a Justiça determinou o bloqueio dos bens dos donos da Kiss. Segundo o defensor público-geral do Estado, Nilton Leonel Maria, a ação visa garantir indenizações futuras. (MARCELO SOARES, REYNALDO TUROLLO JR. E MELINA GUTERRES)
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