No momento da chuva, cidade da Baixada Fluminense, que enfrenta problemas com a coleta, tinha 50.000 toneladas de detritos abandonados nas ruas
Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Menino observa rua repleta de entulhos após a tempestade que atingiu o bairro do Café Torrado, em Xerém, Duque de Caxias - Antonio Lacerda/EFE
O lixo acumulado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, agravou o impacto da chuva que atingiu a cidade na noite de quarta-feira e nesta quinta. Segundo o prefeito recém-empossado Alexandre Cardoso, do PSB, havia 50.000 toneladas de lixo nas ruas do município quando uma enchente alagou o distrito de Xerém. Os problemas em relação aos resíduos começaram no meio de 2012, depois do fechamento do Aterro de Gramacho, em Caxias, no mês de junho. A coleta de lixo ficou irregular e a Justiça teve de ser acionada para pedir que o serviço fosse normalizado. “A limpeza, a saúde, a educação estavam desmontadas em Caxias. É uma cidade com orçamento comparável ao de Campinas, em São Paulo, a segunda mais rica do estado do Rio. Não era para ser assim”, disse Cardoso, reclamando de seu antecessor, José Camilo Zito, do PP, que já foi considerado o rei da Baixada, mas deixou o cargo com baixa popularidade.
Cardoso declarou estado de emergência para facilitar a chegada de recursos para a reconstrução das áreas detonadas pela enxurrada. Na manhã de sexta-feira, o governador Sérgio Cabral e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, visitarão a cidade. A localidade de Xerém foi a mais impactada. Ela fica na divisa dos municípios de Caxias e Petrópolis, na Região Serrana. “Caiu uma tromba d’água nessa região, que atingiu árvores centenárias. São arvores de 200 metros de altura, que rolaram na velocidade de 60 quilômetros por hora. Foi feito um míssil. Elas rolaram e fizeram uma barreira, causando um alagamento de quatro metros em certas regiões”, explicou Cardoso.
Os rios Capivari e Cachoeira de Xerém transbordaram e derrubaram casas. Três pontes chegaram a ficar interditadas. O homem que morreu por causa da chuva foi encontrado nu, provavelmente porque sequer deu tempo de sair de casa. A prefeitura trabalha com o número de sete desaparecidos, sendo cinco de uma mesma família, segundo testemunhas. “Fomos atrás dessa família, mas não encontramos. Todos estariam em uma casa, mas eles podem ter saído de lá antes. A Defesa Civil não encontrou”, afirmou o prefeito.
Pelos cálculos da prefeitura, 150 casas foram afetadas, o que faz com que cerca de 1.000 pessoas na cidade estejam desabrigadas. Há 150 homens trabalhando em Duque de Caxias, entre agentes das defesas civis municipal e estadual e guardas. Auxiliam a operação 20 caminhões e 10 máquinas. “Desse número de desabrigados, acreditamos que até o fim do dia apenas 15% permaneça no abrigo, porque a maior parte procura casa de familiares para se hospedar”, afirmou o prefeito.
Segundo o secretário municipal de Defesa Civil, coronel Marcelo Silva Costa, que também acabou de assumir a função, a chuva afetou os terceiro e quarto distrito de Caxias. Xerém fica no quarto, onde cinco localidades foram mais prejudicadas pelo efeito das chuvas. “Ainda há previsão de chuva para o fim da tarde a noite. Na quarta-feira, choveu 212 milímetros, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Houve uma enxurrada brusca, com grande volume de lama, pedras e árvores que rolaram e derrubaram casas construídas na beira do rio”, afirmou Silva Costa.
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ALEM DO BRASILEIRO EM SUA GRANDE MAIORIA SER VERDADEIROS PORCALHÕES POR NATUREZA. TEM O PODER PUBLICO QUE NAO CUIDA DIREITO DA LIMPEZA URBANA, AGORA TEM UM VELHO PROVERBIO..SE CADA UM LIMPA-SE A FRENTE DE SUA CASA E CUIDA-SE DA MANEIRA CORRETA.. NÃO SE PRECISARIA DE VARREDOR DE RUA.
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